Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma sessão de narguilé dura em média de 20 a 80 minutos, o que corresponde à exposição a todos os componentes tóxicos presentes na fumaça de 100 cigarros. De acordo com a OMS, apesar de parecer menos agressivo, o consumo de narguilé também causa dependência e, muitas vezes, é a porta de entrada para o uso do cigarro e outros produtos derivados do tabaco. Além disso, o uso foi significativamente associado com o desenvolvimento do câncer de pulmão, doenças respiratórias, doença periodontal e com o baixo peso ao nascer. A longo prazo, o consumo pode causar câncer de pulmão, boca e bexiga, aterosclerose e doença coronariana. O narguilé, também é conhecido como cachimbo d' água, shisha ou Hookah - é um dispositivo no qual o tabaco é aquecido e a fumaça gerada passa por um filtro de água antes de ser aspirada pelo fumante, por meio de uma mangueira. Por utilizar mecanismos de filtragem, o consumo de narguilé é considerado erroneamente menos nocivo à saúde pela população.
Dados da Pesquisa Especial sobre Tabagismo (PETab), realizada em 2008 pelo IBGE em parceria com o INCA, apontaram que o cachimbo de origem oriental tinha, na época, quase 300 mil consumidores no país. Já informações da pesquisa Vigescola evidenciaram a alta prevalência do consumo do narguilé entre escolares de 13 a 15 anos em 2009. O mesmo panorama foi constatado pela pesquisa Perfil do Tabagismo entre Estudantes Universitários no Brasil (PETuni) do Ministério da Saúde entre universitários de alguns cursos da área da saúde: em Brasília (DF) e São Paulo (SP), em 2011, dos estudantes que declararam consumir com frequência algum outro tipo de produto derivado do tabaco, de 60% a 80%, respectivamente, fizeram uso do narguilé.
De acordo com a OMS, o narguilé também propicia a transmissão de doenças como Herpes, Hepatite C e Tuberculose, causadas pelo hábito de compartilhar o bucal entre os usuários e a iniciação ao fumo, devido aos aromatizantes que são adicionados à ele. Segundo a campanha, essa é uma estratégia que a indústria do tabaco utiliza para que os jovens possam começar a fumar.
Fonte: Portal Brasil - Campanha de combate ao fumo lançada em 29/08/2013
Instituto Nacional de Câncer
Em 2014, o Governo Federal lançou a "Pesquisa Nacional sobre o uso de crack: quem são os usuários de crack e/ou similares do Brasil? Quantos são nas capitais brasileiras?" O estudo tomou como referência as 26 capitais, o Distrito Federal e algumas cidades em regiões metropolitanas. Após três anos de entrevistas domiciliares e em locais onde há o uso do crack, os pesquisadores estimam que existam atualmente nas capitais do Brasil cerca de 370 mil usuários de crack, com uma maior concentração nas regiões Nordeste e Sul. O estudo foi encomendado pela Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad/MJ) à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo a Fiocruz, este é o maior e mais completo levantamento feito sobre o assunto no mundo, já com repercussões junto a comunidades internacionais que estudam o tema. Para estimar a quantidade de usuários de crack e drogas similares no Brasil os pesquisadores da Fiocruz entrevistaram cerca de 25 mil pessoas, através de pesquisas domiciliares, e mais sete mil em locais onde há uso de crack. Eles definiram características fundamentais sobre o perfil do usuário, como espaço onde a droga é utilizada, faixa etária, sexo, raça/cor, escolaridade, motivações para o uso da droga e outras características.
No Brasil, os usuáriosde crack e/ou similares consomem, num dia "normal" (padrão) de uso, 13,42 pedras/porções destas drogas.
Fonte: SENAD/Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas